quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sem um tiro sequer.

O ataque silencioso, este é o que se deve temer quando se tem preparo, e eu não tive.

Estou sofrendo um ataque silencioso e para minha maior surpresa ... certeiro, parece ter sido estudado minuciosamente para me pegar pelo tendão sem qualquer possibilidade de reação de minha parte. Quando algo vem de frente sempre digo que não devemos reclamar pois é visível, há formas de observar, estudar a melhor maneira de lidar com ou de juntar-se a, mas quando vem não se sabe de onde ... não se sabe como ... não se sabe a dimensão ... isso complica.

Me dei conta e caí, admito, estou no chão porém os poucos que me conhecem de fato até riem pois sabem que mesmo no chão não me dou por vencida afinal existem lutas no chão também, não que meu ideal seja o de travar lutas mas sim no sentido de que não me entrego.

Confesso que acho que vem de longa data todo este estudo, toda esta formulação de um quase plano de guerra, uma coisa qualquer para a qual tiro o meu chapéu pois já passei por muitas e nunca vi nada assim com tamanha força, com tamanha capacidade, com tamanho poder. Quem, sem um tiro sequer, derruba um exército inteiro?

Me vi entregue, completamente envolta, plenamente inconsciente mas em um nível que considero quase dopada mesmo. E não posso, eu não posso lutar contra pois em pouco tempo já é algo que perdeu o controle, conduziu atitudes jamais pensadas, induziu a sensações, pensamentos e vontades inaceitáveis. É um absurdo, um poder fora do normal que veio de maneira única e parece ter me lido, me sinto despida e completamente desnorteada como sinceramente eu mesma jamais seria capaz de supor, muito menos de assumir mas aqui o faço publicamente porque julgo ser importante que as pessoas saibam o quanto podemos nos enganar, sermos enganados e nos permitirmos ser enganados também.

Trouxe a dúvida, a magia, o medo, a incredulidade e muita dor, muita.

Estou assustada, acho que é um presente e talvez "de grego" pois me prova que é possível o que sempre disse ser impossível, ao mesmo tempo que sei que é inviável e que a partir deste ponto nada mais será como antes, na verdade ... já não é.

Estou sendo obrigada a ver o mundo com outros olhos, a ver o que tanto neguei agora totalmente possível diante de mim, me "força" a assumir que assinei papeis em branco, que todo aquele NÃO hoje pode ser SIM. Hoje não vi, apenas senti e me calei, silencio torpe, inerte, profundo e interno.

E o que parece um mantra dentro de mim é a pergunta:


Quem, sem um tiro sequer, derruba um exército inteiro?


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