quarta-feira, 13 de abril de 2011

A você OBRIGADA!

Queria dizer a mim mesma que isso jamais aconteceria, isso há cerca de 3 anos quando tudo terminou, hoje tenho até certo orgulho ao dizer que estivemos juntos e que de alguma forma pude lhe ensinar e que de muitas formas você me ajudou a aprender entre tantas coisas a amar melhor. Hoje vejo o quanto tinha a amadurecer e que graças ao seu amor foi possível evoluir de forma suave, sem cobranças, sem broncas, sem rusgas. Depois de nossa última conversa faço o prometido, publico meu agradecimento ao hoje grande amigo. Agora me sinto capaz de amar novamente a um único homem, claro que este terá de saber o que de fato é amar.

Amar ao próximo não é tarefa fácil, é preciso antes de tudo aceitar a si e acho esta a mais difícil de todas, mas é preciso ser forte, persistente e sempre que possível dizer uma das frases mais lindas, poderosas e completas do mundo: EU AMO VOCÊ! Sei que infelizmente as pessoas utilizam esta frase banalmente, como quem diz para a parede, mas se isto acontece é por falta de saberem o significado e todo o poder que está presente quando se diz EU AMO VOCÊ. Não acho que nos cabe julgar, acredito sim que nos cabe dar exemplos através de nossos próprios atos e quando digo isso menciono o ato de amar por completo, de forma entregue, plena, desprendida, sincera e voraz. Um exemplo prático que procuro dar: digo que amo meus amigos, cada vez me torno mais frequente, cada vez mais forte e todos sabem que é assexuado e verdadeiro e se digo isso é porque acredito que há uma infinidade de beleza dentro de cada um a quem amo. Acredito no amor acima de tudo e talvez assuste as pessoas, acredito que devo amar a tudo e a todos, acredito que esta é a verdadeira riqueza e então convido todos a amar, a serem ricos. O amor não vê preço, não vê etiqueta, não vê cores mesmo sendo o mais valioso de todos, o mais polido possível e o mais feliz e encantandor dos sentimentos.



Quando me refiro ao amor sexuado vejo querer partilhar com ele (o  outro) o melhor dele, o meu melhor, querer ajuda-lo a melhorar em todos os pontos e de todas as formas, nao querer poda-lo ou limita-lo, ao contrario, querer que ele se sinta livre para que assim possa ser feliz e isso é bem diferente de fidelidade porque a fidelidade é qualquer coisa que não cobramos, é qualquer uma dessas coisas que cabe somente a si.

Comento sempre que um dos maiores erros que vejo no ser humano é a triste persistência da projeção, as pessoas tem um ideal de companheiro (ser-ideal) e quando encontram alguém interessante (ser-interessante) prontamente iniciam um ataque silencioso no qual a ação principal é projetar naquele ser-interessante a imagem do ser-ideal, já começa errado por este simples passo muitas vezes inconsciente. Aqui podemos passar anos discutindo e dando exemplos como "se você o conheceu caído na mesa do bar ... não é de hoje que ele é alcólatra". Amar não é ter, é querer bem e não é o que eu julgo ser o bem mas sim o que o outro sente que lhe faz bem. O amar de forma sexuada, a meu ver, é querer ser o mais próximo que um anjo pode ser na vida do outro, o mais completo significado de melhor amigo, a mais forte ligação entre ele e o gozo de viver plenamente.



A frase "já não existem pessoas como você" não me soa bem, não vejo assim, acho que existem sim e muitas, homens e mulheres, só que não é visível como um belo par de seios, não é palpável como um bom braço forte então se torna mais dificil saber quando a pessoa é ou não é assim, o que não anula a possibilidade de existirem e quero que todos no universo acreditem porque isso é real.

Se passei qualquer um destes ítens a qualquer uma das pessoas com quem tive o previlégio de conviver ... grande parte de minha missão está cumprida e sigo feliz, claro ... amando!

 
 
bjs

segunda-feira, 21 de março de 2011

A idade não está na cara.


Conversar é sempre o melhor, nada de siglas de 3 letrinhas (msn, sms) ou sinais de fumaça, código Morse enfim, se tem algo onde o ser humano falha é na comunicação, não que esta deva ser banida mas muitas vezes os atos é que valem pois "as palavras vão com o vento", como diria o velho ditado. Quanto menos imaturo é um ser melhor sua visão quanto a importância da comunicação bem feita e é aqui que nasceu este post, comunicação (verbal e não verbal) x maturidade.

Não é a idade em registros oficiais que aponta quem de fato um ser é, se maduro ou imaturo, e quando falo maduro me refiro não a experiente mas a maturado pois creio que assim como uma bebida (a meu ver pode ser desde uma pinga barata ao mais raro elixir, vai da capacidade de cada um) o ser humano precisa ser maturado, precisa passar por vários processos que o levem a matutar idéias, sensações, que lhe auxiliem a saber lidar consigo mesmo e que por conseqüência o ajudem também no convívio com os demais seres a sua volta.

Cometei que visualmente, ou seja, através de gestos mais contidos achava que as gerações anteriores tinham vantagem pois tudo era mais contido e mais sério, sendo assim um dedo levantado podia custar a  liberdade enquanto para as ultimas gerações mais e mais os valores vêm sendo ignorados, trocados, mudados e até banidos e desta forma a comunicação visual se tornou muito mais banal. Já no quesito comunicação verbal sem sombra de duvidas vejo as ultimas gerações com vantagens claras pois boa parte dos tabus foi quebrada, se em casa não se falava de sexo o pornô de 1954 é comercial de cerveja desde 1999, sendo assim as gerações anteriores acabam se podando mais no verbal.

Mas … deixemos as gerações de lado e consideremos apenas o indivíduo. Quantas vezes não nos pegamos lembrando de um momento no qual houve falha de nossa parte e vem a mente qualquer coisa do tipo "putz, eu devia ter dito …" ou o contrário mas de qualquer forma naquele momento a comunicação entre as pessoas presentes não foi clara o suficiente ou os ouvintes não a interpretaram o suficiente. 

Em pleno estado de São Paulo cercada por brasileiros nascidos na capital me deparei com um fato, falávamos o mesmo idioma mas não a mesma língua e comecei a por a prova a comunicação dos presentes quando fui surpreendida por um dos "caciques", alguém mais velho que considerou ter me interpretado muito mal pois se pôs a defender sua geração quando em momento algum a ataquei, ao contrario. No final das contas nos cumprimentamos pois com excelência cada um expôs seu ponto de vista e com isso pude sim deixar claro o intuito de tê-los colocado a prova em relação a comunicação e ouvi "Você é bizarra, fisicamente aparenta menos mas mentalmente aparenta mais", claro que meu ego não amou ter ouvido isto mas … A partir deste ponto pudemos todos discutir os diferentes momentos em que fica claro o quanto a idade física é indiferente, o quanto ela deixa de ser o foco ou um peso a ser considerado, o detalhe é que não chegamos ao fim da lista pois conseguimos citar inúmeras passagens que comprovam "a idade não está na cara" muito menos em documentos oficiais, pelo menos não a idade que realmente conta, a mental/espiritual. Sigo crendo que oportunidades devem ser iguais para mulheres e homens, brancos/negros/vermelhos/amarelos/mistos, bonitos e feios, baixos e altos, magros e gordos e porque não … novos e mais-ou-menos-novos, rs.

A magia de viver também está aqui, aprender diariamente a arte de se comunicar bem, de ser claramente entendido, ouvido e sentido, de ser marcante positivamente em qualquer ambiente em que se possa estar (não me refiro a agradar), de ser cada vez mais matutado não só nos pensamentos mas também nos atos. A comunicação é apenas mais um dos capítulos a ser estudado nesta passagem mas digo que infelizmente é justamente por casamentos como a falta de uma boa comunicação com o medo / insegurança / despreparo que fazem tantas pessoas perderem oportunidades em todas as áreas, isso eu realmente sinto muito porque é desperdício e sou meio contra isso sobretudo considerando que "perder oportunidades" é qualquer coisa que vai diretamente contra "amar e ser feliz", aí eu não lamento, já choro mesmo, rs.

O que desejo a você (que me lê neste momento) é que através deste ponto de vista reexamine suas formas de se comunicar, que não se limite ao tecnológico, que não se negue o impulso natural, que não se deixe negar pelo medo sem sentido, que corra para frente e de peito aberto e com toda a força e de preferencia com um lindo sorriso no rosto porque esse monte de E-zinhos é que nos permitem viver de forma intensa, repleta de amor (sobretudo por nós mesmos) e felizes que só!



bjs

quinta-feira, 17 de março de 2011

Verdade ???



A simples idéia da sinceridade, o ser humano na maioria dos casos não está preparado para ouvir a verdade, seja lá sobre o que for, e isso gera um ciclo quase sem fim a medida que quem tem verdades a falar acaba por usar meias-verdades, verdades-veladas ou qualquer coisa que não seja o real, enchem de flores, de novos nomes, qualquer coisa que hipoteticamente abrande os possíveis impactos, e a maioria agradece que assim seja.

Não há como dizer que alguém foi dar uma volta no universo e não voltará a tempo de falar com você nesta vida, porque senão seria uma das opções a falar: Fulano faleceu. Já cheguei a ouvir uma pessoa anunciar a morte desta forma "Senhora Tal, Fulano partiu." ao que obviamente a Senhora Tal perguntou para onde ele tinha ido, mencionando inclusive que Fulano tinha deixado o carro, teria ido de ônibus ou carona?

Muitos valores foram perdidos e dos que restaram muitos tem sido confundidos, mesclados, alterados, bombados, destroçados, retorcidos. Creio que a mentira seja uma arma que soa como proteção quando na verdade vai totalmente contra o amor e sendo assim não vejo cabimento em as pessoas seguirem por este caminho tão vazio. Certa vez me perguntaram sobre este tema questionando obviamente qual seria a minha opinião sincera se eu visse uma pessoa dizer a outra "sim, você é feio", a beleza é qualquer coisa meio que individual, é um senso solitário em cada um de nós mas com a amarga ilusão de que há um senso comum, quando na verdade há apenas um consentimento mutuo de aceitação de padrões pré-estabelecidos em prol daquela sociedade naquele momento.

Mas não é só ouvir verdades, o ato de falar a verdade também requer grande preparo e quando digo isso estou me referindo à maturidade, outro ponto extremamente polemico nas rodinhas. A maturidade não implica nem é resultado de idade, fica fácil confundir sendo que esta última está inserida como término da primeira palavra mas é importante se desprender da palavra em si e se ater ao seu significado, sobretudo na prática. Tenho alguns conhecidos bem mais velhos e inclusive de um deles recebi uma pequena pedrada (atenção pois me foi dada a permissão de publicar isto excluindo o nome ou qualquer informação que pudesse expor a pessoa em questão), em um ato da mais pura infantilidade ele pos em risco nossa amizade e tudo por conta do medo de dizer a verdade. Quem me conhece sabe que questiono até a existência de um fio de cabelo e portanto não colou, fui tirar a limpo como uma boa amiga e terminei por ser o mais clara possível "é a mentira ou a nossa amizade?", nos acertamos em um barzinho bem descontraído e é claro que eu não deixaria ele optar pela mentira mas a resposta que recebi foi ótima e me deixou a idéia deste post:  "posso dizer uma verdade que não abale nossa amizade?", gente, gente, gente, é claro que isso é o mesmo que dizer "serve uma pequena mentirinha só pra seguirmos felizes e saltitantes?". Um homem, quase avô, quase aposentado, quase sincero e quase maduro, a idade portanto nada prova!

Sim eu sei, muitas pessoas optam por serem enganadas se enganando em afirmar que se engana quem pensa que elas sabiam que estavam sendo enganadas, mas é fato, elas preferem assim. O que me pus a questionar foi quão impar são os que não preferem assim, ou melhor, os que definitivamente não aceitam assim. Questionar faz parte de viver, de evoluir e quando não se obtem respostas reais qualquer estudo, evolução ou caminho pode sim ir por água abaixo. É engraçado também ver como as pessoas se portam quando colocadas em situações "lúdicas" nas quais são agentes e receptores da verdade, o ser humano tem muito enraizado este "quero, não quero", "quero mas não sei se posso e nem sei se devo", "é mas não é", "depende", "mais ou menos", "nem tanto", …

E voce, com qual grupo se identifica? 

Se sente mesmo com disposição para enfrentar antes de tudo as suas próprias verdades? 

Acredita que tem força e/ou preparo para ouvir/receber as verdades que lhe cabem? 

Qual verdade abalaria hoje a sua vida? 

Qual mentira  sustenta hoje parte de sua vida? 

Qual é a verdade que não quer calar quando você se deita?





bjs

terça-feira, 1 de março de 2011

"Saudade palavra triste quando se perde um grande amor …."

Sim, pode surrar, a música também não me agrada nem um pouco mas foi apenas uma tirada para iniciar o assunto SAUDADE.

Definitivamente esta é uma palavra que para muita gente chega a causar dores no peito, na alma, no cérebro, isso é fato comprovado pela ciência, há uma toxicidade. A saudade está diretamente ligada ao apego, a vontade de estar perto ou manter perto, talvez até a idéia de posse ou de propriedade, de direito sobre, seria qualquer coisa que liga o emocional ao carnal mas é uma prova, ao menos teórica, de como cores, lugares, cheiros, sabores, nomes, toques, tantos momentos sensoriais nos marcam deixando nas memórias física e emocional uma serie de registros.

Quem não tem guardado o cheiro de outro alguém? Isso é fantástico, você não precisa pegar uma camisa ou um lenço, você simplesmente tem na memória o cheiro daquela pessoa, os mais comuns são o cheiro da mãe ou do filho, mas tem também o inegável cheiro dos amantes que além de registrarem o cheiro do parceiro carregam na memória o cheiro do mix entre o seu próprio cheiro e o do parceiro, formando assim um cheiro único que identifica aquele par como único dentro de um universo de possibilidades. 

Alguém não tem em mente o cheiro do prato preferido, independente se este é feito no restaurante X, se é feito pela mamãe ou vovó ou se é um congelado genérico? Muitas vezes só de falar no prato preferido parece que já vem aquele cheiro que apesar de vir da mente parece mesmo capaz de aparecer no ar como que em um passe de mágica, a boca já começa a salivar, é possível sentir a textura daquele delicioso prato, isto é incrível não?

Até aqui falei apenas do registro de cheiro que nos traz a saudade guardada na memória mas e quando "aquela pessoa" liga? A voz, o poder que ela parece exercer sobre nosso corpo, sobre nossa mente, o impacto pode ir do ótimo ao péssimo, sim porque pessoas não tão queridas também ficam registradas e tem seus efeitos com igual poder mas como o tema é saudade vamos lá, pessoas amadas e/ou queridas nos trazem muitas energias, ações e reações simplesmente através da voz e entre estas está a saudade. Quando você está com saudade de determinada pessoa e tem a possibilidade de ao menos ouvir sua voz muitos disparos cerebrais ocorrem, pode haver uma grande descarga de energias e ondas cerebrais e é possível até algum grau de poder curativo, calmante, reconstrutor, etc.

A saudade pode ser a mascara sob a qual deixamos a falta de atitude, os erros, os medos (como o da perda), a ansiedade, a dependência, a idéia da posse, o medo da solidão, enfim, temo serem quase infinitos os motivos pelos quais sentimos isto ao que chamamos SAUDADE mas sei que seu poder não está nada longe de suas razões ou supostas razões.

Se você já sentiu ou sente saudade reflita de que forma ela está enraizada em você e como ela se liga a esta outra pessoa, a este lugar ou a este momento, atrás disso certamente estão algumas chaves importantes que farão valer à pena este momento de reflexão.



bj

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Eu lhe proponho ...

A vida é feita de momentos, muitos dos quais sequer percebemos mas não por falta de capacidade, a meu ver por mero despreparo, e enquanto ela nos traz tantas possibilidades ou sequer notamos a jóia que nos é dada ou nos apegamos a detalhes inúteis no final das contas.

O que proponho hoje é que você se permita ousar um pouco mais, que se permita ligar para aquele velho amigo com quem brigou e convida-lo para um momento a sós, que você se permita debochar da falta de grana e comprar algo bem besta mas que possa simbolizar seu total desprendimento ao que "dizem" ser real (dinheiro é para mim tão real quanto a mentira), que você dê um salto de para-quedas e sinta o que é aquela falta de ar e o tremor nas pernas, é isso, eu proponho que você busque "aquele" tremor nas pernas, o que te faz ficar bamba, o que te faz tremer por dentro, o que te fará repetir para si mesmo que não consegue acreditar que foi realmente capaz de tornar real, de fazer daquele mero pensamento um fato.

Quando o tempo passa tudo bem, quantas vezes não matamos o tempo não é mesmo? Muitas vezes isso é até necessário para o bem de todos, mas deixar a vida passar ... NÃO !

Ponha as pantufas, faça maria-chiquinha, veja Simpsons, jogue almofadas em alguém querido, se lambuze de chocolate e se mate de fazer amor, mas viva e faça isso hoje. Estou postando propositadamente em plena sexta-feira para que você nem me venha com desculpinhas estúpidas de que amanhã precisa acordar cedo ou de que tem uma reunião mais importante que esta reunião com a sua felicidade, com a sua vida e com o amor.

Quer algo pior que morrer na dúvida, que optar pelo medo ao invés de optar pela felicidade ou pela possibilidade dela? Se eu estiver enganada, perdão pelos erros humanos mas jamais perdão pela intensidade de viver este ser.



bjs

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Lá em casa

Queridos,

Dedico com todo o meu amor a cada pessoa independente de conhece-la ou não  pois este pequeno sei lá o que me veio à mente em uma deliciosa varanda na virada do ano e só agora estou postando porque finalmente hoje recebi um aviso através da brisa, era chegada a hora de postar. Se você gostar, compartilhe à vontade, e se não gostar pode criticar, vou saber que alguém é normal, rs.

Boa leitura.



Do sal das lágrimas é que se tira o poder de conservar os alimentos.

Aqui em casa a vida é simples, o sofá fica na sala e no quarto ficam amor e criado mudo.
Aqui em casa o mesmo ar que entra, sai, às vezes ele vem empoeirado e sai mais leve, outras ele vem limpo mas leva consigo algumas moléculas a mais.
Aqui em casa o quintal é grande, nele estão ao mesmo tempo mar e campo, mas a cozinha ...
Ah, a cozinha é pequenininha e aconchegante, repleta não só dos valores culinários e é aí que ela se expande.

Me lembro da época de infância, cheirinho de torta, gostinho de dedo no bolo, certeza de colo.
Me lembro das conversas na beira do fogão, todas meio que proibidas para menores de coração.
Me lembro do silêncio da sala, tensão de conversas trazidas de fora, tensão de conversas caladas por dentro.
Me lembro da brisa que anunciava a primavera, cheirinho de alergia, daquela alergia que nos faz espirrar mais que pular corda em uma tarde morna de domingo.

Hoje não sei se quando criança gravamos melhor as situações ou as sensações.
Hoje não sei se tomei o rumo certo, o rumo que de fato me faria tão feliz.
Hoje não sei se é deste ou daquele tamanho, qual tempero fica melhor neste prato.

Quando me sinto em casa, me sinto dentro de mim.
Quando me lembro é porque já não mais estou vivendo.
Quando a dúvida me toma a ação é hora de mudar.

Bem-vindo à sua casa, pois você é o seu lar.




bjs

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A vida me calou

A vida prega peças ou nossos confrontáveis são tão não-estáticos quanto nós?

Por vezes nos vemos diante de nossas próprias afirmações mas nos sentimos confrontados ao ver que o que nos parecia tão absolutamente correto, concreto, definido na verdade nunca foi assim. A vida parece mesmo nos pregar algumas peças e quando nos damos conta do que de fato isto significa fica mais sólido dizer que "achamos que" do que dizer "temos certeza".

Alguns dos momentos mais críticos de minha passagem por aqui foram justamente momentos de confronto com minhas afirmações, citarei alguns exemplos mas deixo claro desde já que são meros exemplos uma vez que este tipo de acontecimento pode ser notado nos mais diversos campos, com os mais diversos pesos e das mais diferentes formas que se pode imaginar.

Sempre tive em mente que aos 21 anos minha vida mudaria para sempre, eu só não sabia explicar o motivo, assim como sabia que aos 14 grandes mudanças ocorreriam, mas nada disso fazia com que me sentisse a dona da verdade, apenas parecia ter alguma noção sobre o futuro dos meus dias.

Eu dizia a mim mesma e a todos cujo contato era mais estreito que jamais teria filhos, não me sentia nada confortável com a idéia de trazer a este mundo um ser inocente, limpo, então falava de peito cheio que poderia sim ser mãe e que isto me atraía, me fazia refletir tendendo sempre a aceitar muito bem a idéia de adotar, queria ter uma creche não uma casa, para mim AMAR estava sobre todas as coisas. Aos 21 me dei conta de que algo realmente mudava minha vida por completo e para sempre, estava grávida e foi quando senti um mix de sentimentos que não sei se um dia saberei descrever com o devido merecimento nos quesitos detalhar e explicar.

Desde muito pequena, cerca de 2,5 a 3 anos, sempre disse que moraria sozinha, sempre quis realmente ter o meu teto, a liberdade é qualquer coisa vital para mim, bem mais que para todas as pessoas que já conheci eu preciso me sentir extremamente livre o tempo todo, esta sensação de liberdade me traz paz e equilibrio, me permite amar a mim e aos outros de forma mais completa e intensa, até aqui me vejo como um sabonete, é preciso muita técnica para segura-lo em suas mãos quando está úmido, não? Por conta de vários motivos bastante pessoais até (e que por isso não exporei aqui) não vivo sozinha, vivo cercada de pessoas sob o mesmo teto que eu (meus pais e minha filha). É claro que nada, absolutamente nada paga O SORRISO que recebo de minha pequena, nada paga as possibilidades que me são dadas por viver assim, dentre elas deixar minha filha na escola com toda a tranquilidade do mundo e receber o melhor dos choques que já conheci, é quando ela me diz "TE AMO", hoje em dia ela já não diz mais a frase completa (quando está em público, rs), mas vale meu dia e minha vida, mesmo assim.

Nunca fui do tipo brigona, apesar da imagem dura sou extremamente sensivel, mais mole que uma lesma mas como todos os seres vivos tenho também minha máscara, algo que uso para me proteger do meio, do que está ao redor, enfim. Considerando que nasci menina o natural se fez presente, sempre fui fã de meu pai, a única pessoa deste universo com quem de fato tenho sim conflitos sérissimos. O destino nos pregou uma peça ou este meu confrontável é tão móvel quanto eu? Por mais incrível que possa parecer ele precisou de ajuda e a pessoa mais presente neste momento da vida dele fui exatamente eu. Para duas pessoas que mal se falam, que já passaram mais de um ano inteiro sem trocar uma palavra sequer, estando sob o mesmo teto, este pode ser considerado um dos maiores desafios de nossas vidas.

Por muitas outras vezes me vi decidida e terminantemente afirmava isso ou aquilo mas dias, meses ou mesmo anos após, lá estava eu de cara com meu confrontável que provava ter me alcançado de alguma maneira e que naturalmente surgia assim sem qualquer aviso prévio, me deixando à mercê de suas ações, completamente despreparada.

É muito perigoso dizermos que não faremos, que não seremos, que não provaremos. Se estamos aqui é porque devemos partir de um princípio básico: somos meros aprendizes e nada mais. Para se ter certeza talvez seja necessário ser no mínimo mestre, mas então a pergunta que fica é o que é ter certeza de fato? Se o mundo é inconstante, se as pessoas são dentro de si mesmas eternamente mutáveis, se os fatos que ocorrem comigo podem ser não somente consequencias de atos meus mas consequencias dos atos de pessoas que sequer conhecerei nesta passagem então ... a meu ver cai por terra essa e qualquer outra idéia de que CERTEZA é algo mais que mera força de expressão.




bjs

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A prova está na frase da placa


Chegamos em um ponto onde é preciso avisar o óbvio e talvez até o final deste post você não se dê conta de qual frase está sendo mencionada, não por incapacidade sua mas por se ver em um mundo automático onde tentam transformar quase tudo em automático.

Me dizem incansavelmente que o ser humano evoluiu, ainda busco saber exatamente onde. Vamos as minhas humildes observações.

Refeição em família x devorar nas beiras da isoladora (TV)
O cozido da vovó é ótimo mas a pizza que a mamãe faz também é gostosa. A vovó sai cedinho para comprar os legumes na feira e os prepara ao longo do final da manhã, é sempre um almoço longo e repleto de conversas em família. 
Quando quero comer pizza é só ligar para a mamãe, ou ela compra na pizzaria da Pamplona ou passa rapidinho no hipermercado e traz aquelas pizzas congeladas, qualquer uma pode ser servida em até 5 minutos é são igualmente boas, em minutos já estão devoradas na frente da tv.

Sentimento x sensação
É inacreditável, quando ela mexe nos cabelos mal ouço o que ela diz, não é o jogo de luz nem o perfume parisiense, ela parece ter uma mágica que ainda não decifrei. Outro detalhe que me imanta a ela é nossa conversa que sempre flui, não é preciso uma programação previa, falamos dos mais diversos assuntos, rimos, ficamos sérios, mas ao final sempre me sinto leve, me sinto bem e não encontrei até aqui alguém com quem eu me sinta assim tão eu.
Liguei pra Lê mas hoje ela tem sei lá o que pra fazer, aí liguei pra Tí só que infelizmente os pais dela são evangélicos (tinha esquecido disso), mas olhando no Iphone lembrei da Sô e ela topou sair comigo, foi um tesão.

Amizade x coleguismo
Ah, esquece os problemas financeiros que é hora do almoço e hoje é por minha conta! 
É, complicado isso de falta de grana mesmo. Bom, eu já vou porque tem o nosso happy hour com o pessoal, força aí hein.



De qualquer forma o que vejo é que palavras como intensidade, profundidade, entrega, realidade, envolvimento entre tantas outras parecem já não fazer parte do vocabulário humano enquanto status, facilidade, mobilidade, agilidade parecem vitais quando não o são. A troca do cozido da vovó pelo McQqCoisa não me parece fazer sentido. A troca da conquista pelo mero troca-troca também não me parece chegar a algum lugar na verdade vejo claramente que chega a lugar algum. O sorriso banalizado como está me provoca o antônimo.

Já não interessa observar e analisar e por isso mesmo até a frase mais óbvia precisa ser anunciada nos quatro cantos por onde passamos "Sorria, você está sendo filmado", todos estamos sendo filmados a partir do momento que convivemos com outros seres vivos, todos estamos sendo invariavelmente registrados no mínimo por nós mesmos e ainda que alguém não se dê ao trabalho de questionar após já ter se observado o fato não muda é nato e involuntário até aqui. O reality-show (a meu ver puro fake) é apenas uma das misérias que comprova que nem o mais óbvio está sendo visto pelo ser humano, evoluído ?


bj

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Brisa



Não há coisa mais bela que a leveza, no andar, no falar, no tocar, no existir. 

A passos tortos um bebê vai de encontro à mãe, esta ainda relutante e temerosa por deixa-lo assim tão livre nestes infindáveis 60cm. 

Quando ela passa eles olham quase que como em um nado sincronizado, seus cabelos balançam e ela parece mesmo flutuar, de uma beleza única com um sutil ar sedutor. 

O seu fiel escudeiro vem de mansinho naquela manhã fria de domingo e se deita ao seu lado na cama, trazendo consigo o jornal da manhã e em um olhar languido abre a boca e deixa que este recaia sobre o seu colo. 

Sua mãe não disse uma palavra sequer mas em meio àquela quarta-feira o perfume se espalhou pela casa, revelando que estava pronta sua mais amada torta, e aquele dia tão estrelante mudou de trovoadas para uma conversa deliciosa na beira do jardim.

A vida é feita de momentos, de encantos, de doçuras e sutilezas, regados a muito carinho, paciência e amor, que são a chave do verdadeiro viver, é que se caminha com a leveza de um sorriso contra a luz do entardecer.

Hoje quero apenas agradecer e agradecer, pelo sol que me viu, pela chuva que me acalmou, pelos sorrisos lindos que pude observar, pela amizade, por cada pessoa que me cerca e por este infinito e delicioso AMOR que explode aqui dentro SEMPRE.



OBRIGADA!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

E tem como ser diferente?


Essa pergunta nos atropela tantas vezes na vida, de formas tão diferentes mas no fundo ... por que nossa mente é quem deve determinar nossos passo em relação ao nosso destino? Concordo que a mente é quem controla o corpo, mas teria mesmo de ser ela a controlar a alma e a si mesma? Não deveria ter quem a controlasse?

Diante de questões tantas vezes meramente culturais nos permitimos ser impedidos de agir simplesmente por uma "coisinha" chamada mente porque dentro dela muitas vozes definem o que pode ou não ser feito, o que pode ou não ser sentido e parece ser ela quem mantém as regras culturais sempre tão fixas e presentes dentro das pessoas. Vale ressaltar que a mente pode sim ser treinada, pode sim ser conduzida assim como pode também ser iludida, enganada e aí mora o grande perigo pois se chega a este ponto ela é tão vulnerável quanto qualquer ser vivo, e falo aqui como se a mente pudesse mesmo ser um ser a parte quando sabemos que não é porém ignoramos o fato de que pode ser tratada como tal e acredito que esta seja uma das chaves para se mudar muito senão tudo em nossas vidas. 

Costumo dizer que temos base triangular pois somos alma, corpo e mente (olha eu novamente colocando a mente como avulsa mas calma, ela é tratada à parte, mas não como se não fizesse parte de cada ser). O questionamento aberto aqui é justamente sobre até que ponto ela pode sair assim, solta fazendo e desfazendo e até que ponto nós devemos "doma-la". Um dos questionamentos que publiquei no Twitter por estes dias foi justamente a respeito de quantas oportunidades perdemos por dia, e isso pesa muito ao longo de um mês, de um ano … de uma vida, muitas vezes são oportunidades perdidas em prol da mente como se um pré-julgamento tivesse a autoridade do Supremo Tribunal de Contas da Mente Humana, ou algo que o valha. A maior de todas as perdas é a da esperança porque com ela se vão sonhos, desejos, pensamentos e quando não ... amor, isso me dói porque acredito no amor como cura, como meio, como objetivo, como resultado, como tudo, por isso peço para que reflita com amor sobre a sua mente, sobre as suas vontades, os seus sonhos, as suas esperanças e mude sempre para melhor o que houver para ser mudado, aja sem temer e apenas amando pois o resultado não pode ser outro que não positivo.

É importante manter a mente aberta, limpa, em bom funcionamento e energizada de forma positivista, ou seja, sendo receptiva e considerando sobretudo de forma positiva o que quer que se aproxime dela. Muito do que não vivemos, não sentimos, não conquistamos resulta do quanto não nos propusemos, não cultivamos e sobretudo não acreditamos e o pensamento tem um poder ímpar devendo ser levado muito mais a sério do que se supõe.

Dito isto pergunto novamente "E tem como ser diferente?" e respondo "TEM SIM, mas você realmente quer?".

Que lamente quem se deixa levar apenas pela mente.



bj